A vice-presidente do MPLA, Luísa Damião, a que dá carinho e solidariedade, como mãe e mulher do MPLA, aos familiares das zungueiras que a polícia do MPLA mata, até parece que sofre de ecolalia ao repetir, até à exaustão, a frase: “as universidades do país devem elaborar projectos de estudo sobre Agostinho Neto”.
Por Domingos Kambunji
As universidades de Angola devem elaborar estudos sobre projectos que contribuam para a melhoria da qualidade de vida dos angolanos. Não devem andar a perder tempo a inventar sofismas e falácias para “pintar os lábios ao porco”, na tentativa de disfarçar os efeitos nefastos que a liderança do ditador assassino Agostinho Neto provocou no nosso país.
Quem ainda não sabia que Agostinho Neto foi um ditador, assassino, o fundador da guerra civil em Angola e o pai dos fuzilamentos de muitas dezenas de milhar de angolanos no 27 de Maio de 1977? Quem ainda não sabia disso é porque está muito desactualizado sobre as injustiças e crimes contra a humanidade ocorridos e que continuam a ocorrer em Angola, sob a batuta do MPLA.
Luísa Damião deveria sugerir às universidades o estudo de projectos que devem ser implementados para combater o desemprego, a mortalidade infantil, a falta de escolas e de professores para não haver crianças fora do sistema escolar, condenadas ao analfabetismo, e as metodologias mais aconselháveis para Luísa Damião deixar de ser tão limitada nas ideias, em obediência às ordens superiores baixadas pelo Bureau Político do Comité Central do MPLA.
A Procuradoria-Geral da Re(i)pública da Angola do MPLA não se pode envolver em projectos relacionados com o estudo sobre o ditador sanguinário porque está, neste momento, muito ocupada com o projecto de investigação do, dizem, gamanço de 900 milhões de dólares por parte do genro do ditador sanguinário Agostinho Neto. Dizem que nesse estudo da Procuradoria-Geral da Re(i)pública concluiu-se que deveriam congelar os bens e as contas bancárias de uma das filhas do assassino Agostinho Neto porque, também dizem, estão desconfiados de que a nova-rica não construiu a fortuna com o suor do seu trabalho.
O destino, para os que acreditam nisso, por vezes é muito sacana. Luísa Damião quer mostrar que o “guia imortal” pensava que o mais importante era “resolver os problemas do povo”.
O Bureau Político do Comité Central do MPLA adoptou esta frase banal como um elevado pensamento filosófico. O MPLA até fundou uma universidade para a baptizar com o nome do assassino Agostinho Neto. 45 anos após a independência, dizem, a esposa do genro do Agostinho Neto, o que foi detido e está a ser investigado por corrupção, reside no Reino Unido. A neta do Neto, filha do genro do Neto que está na cadeia, não está a estudar na Universidade Assassino Agostinho Neto, é estudante numa universidade do Reino Unido? Muitos familiares do assassino Agostinho Neto recebem assistência médica no estrangeiro, não recorrendo aos cubanos que trabalham nos hospitais onde morrem angolanos?
Os novos ricos da sanzala têm dinheiro para as filhas e os filhos estudarem nas universidades muito caras do estrangeiro… e o país não tem dinheiro para construir escolas e contratar professores para todas as crianças angolanas? Algo está errado neste re(i)gime político feudal onde os muito ricos dizem que foram todos “empresários de sucesso” devido à corrupção, ostentam e os pobres não têm escolas para os filhos e continua a haver crianças a morrer devido à fome . O MPLA designa a fome, eufemisticamente, por “subnutrição”…
Já vários historiadores investigaram o perfil do ditador assassino Agostinho Neto. O sogro do genro que está na cadeia, por estar a ser investigado por corrupção, impôs uma ditadura em Angola para defender uma ideologia que fracassou em todos os seus aspectos. Essa cultura do medo permitiu aos senhores feudais do MPLA enriquecer à custa do dinheiro do povo sem se preocupar em resolver os problemas do povo. Várias foram as desculpas para as injustiças sociais que se verificam no país, algumas delas piores do que no tempo da colonização.
O MPLA de Luísa Damião já inventou tantas desculpas para disfarçar a incompetência na governação que, neste momento, já esgotou todos os argumentos que tinha guardado no armazém das falácias para enganar os angolanos. Uma sondagem demonstrou que a grande maioria dos angolanos discorda da política de governação do MPLA.
Luísa Damião aconselha as universidades angolanas a “elaborar projectos de estudo sobre Agostinho Neto”. Que credibilidade terão esses estudos se o país nem consegue colocar uma das universidades fundadas pelo MPLA entre as melhores universidades africanas? Que valor científico terão esses estudos, desenvolvidos em universidades do MPLA, se a qualidade de Ensino da Re(i)pública da Angola do MPLA está classificada no lugar 157 a nível mundial, entre as piores?
Luísa Damião, a que dá carinho e solidariedade, como mãe e mulher do MPLA, aos familiares das zungueiras que a polícia do MPLA mata, disse que as universidades angolanas devem elaborar projectos de estudo sobre Agostinho Neto. Talvez não haja necessidade disso. Bastará estudar as práticas que o ditador assassino Agostinho Neto copiou das ditaduras de José Estaline, Augusto Pinochet, Adolfo Hitler, entre muitos outros. Agostinho Neto não foi mais além nessas actividades criminais porque, em Moscovo, não conseguiram ressuscitar o morto, quando ele foi para lá “encartar o estojo”, e regressou a Angola encaixotado.
O MPLA de Luísa Damião, a que dá carinho e solidariedade, como mãe e mulher do MPLA, aos familiares das zungueiras que a polícia do MPLA mata, já teve tempo de evoluir para um estado de maior civilidade. Todavia isso parece ser impossível porque “quem nasce torto, neste caso concreto, nunca endireita”.
A História dedica um lugar muito chafurdeiro para estes cata-ventos demagogos.
Luísa Damião, a vice-presidente do MPLA que dá carinho e solidariedade, como mãe e mulher do MPLA, aos familiares das zungueiras que a polícia do MPLA mata, agora até diz ser defensora da democracia e contra a corrupção…
Quando os Revus foram presos, julgados e condenados, por defenderem a democracia e repudiarem a corrupção implantada e gerida pelos dirigentes do MPLA, alguém ouviu Luísa Damião criticar essa enorme injustiça praticada pelo sistema judicial do MPLA? Não! Nesse tempo Luísa Damião ia aos congressos do Partido Comunista Português fazer discursos laudatórios sobre a ditadura do MPLA.
Isso significa que no 27 de Maio, quando o assassino Agostinho Neto mandou fuzilar muitíssimas dezenas de milhar de angolanos, se a Luísa Damião já fosse vice-kapanga do MPLA aplaudiria a iniciativa do pai dos fuzilamentos? Provavelmente sim. Quem é vice-presidente de um partido não tem capacidade para ter ideias próprias, limita-se a cumprir as ordens superiores baixadas pelo chefe, pelo governador-geral, sempre muito obediente.
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